O Ministério Público de São Paulo instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar o uso indevido dos cartões de crédito corporativo do Sport Club Corinthians Paulista. A investigação mira as gestões dos ex-presidentes Andrés Sanchez (2018–2020) e Duilio Monteiro Alves (2021–2023) após denúncias feitas por torcedores.
O promotor de justiça Cassio Roberto Conserino determinou o envio de ofício ao clube solicitando esclarecimentos sobre o funcionamento dos cartões. Além disso, foram agendadas oitivas com dirigentes da atual gestão: o presidente interino Osmar Stabile, o vice-presidente Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Júnior — todas marcadas para o dia 6 de agosto, via videoconferência.
A apuração busca esclarecer se houve apropriação indébita e outros possíveis crimes durante as administrações anteriores. O PIC, conduzido diretamente pelo Ministério Público, foi instaurado após a publicação de supostas faturas de cartões pelo perfil @Prmalaoficial, na rede social X. Andrés Sanchez admitiu a autenticidade de um dos documentos e afirmou ter reembolsado o clube.
Na semana anterior, o portal ge revelou que recursos do Corinthians teriam sido utilizados para compras pessoais durante a gestão de Duilio Monteiro Alves.
Pronunciamentos oficiais
Andrés Sanchez declarou:
"Tive minhas contas aprovadas e não estou preocupado com o procedimento instaurado. Os valores gastos com o cartão corporativo foram justificados e reembolsados integralmente ao clube. As denúncias são infundadas e visam tumultuar a Assembleia Geral de ratificação do impeachment do presidente Augusto Melo."
Corinthians, em nota oficial, afirmou:
"Recebemos com satisfação a notícia da instauração do PIC. Toda iniciativa que vise esclarecer irregularidades e proteger o patrimônio do clube terá apoio total da atual diretoria executiva. Transparência e responsabilização são compromissos inegociáveis da gestão vigente."
Duilio Monteiro Alves também se manifestou:
"Fui o primeiro a pedir acesso aos documentos para prestar esclarecimentos. Apresentei representações ao Conselho Deliberativo e à delegacia do DRADE. Reitero meu compromisso com a transparência, ética e respeito às instituições."
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, comentou:
"A solicitação do MP representa um avanço na proteção do clube. Estamos prontos para cooperar e garantir que todos os responsáveis sejam responsabilizados conforme o devido processo legal."